sexta-feira, 5 de março de 2010

PROJETO COOPERATIVO "EMPREENDER MULHER" REALIZA REUNIÕES PRÉ-LANÇAMENTO


Acontecerá dia 08 de março, no Ilhéos Hotel, a partir das 19:00hs, Dia Internacional da Mulher, o lançamento do Projeto Cooperativo "Empreender Mulher", um projeto com vertentes para o bem-estar da mulher e sua atuação na sociedade com o objetivo de melhor qualidade de vida às mulheres. Este projeto irá fazer de Ilhéus uma referência no desenvolvimento da mulher em seus múltiplos papéis.

As organizadoras do evento estão confiantes no sucesso do projeto e buscam parceiros e patrocinadores para os diversos projetos que as mulheres cooperativistas tem para o desenvolvimento sócio-econômico de Ilhéus, promovendo a nossa cidade como um forte destino turístico e gerador de emprego e renda.

O incentivo à participação da mulher no sistema cooperativista é uma tendência mundial. Desde 1996, a Aliança Cooperativa Internacional (ACI), com sede em Genebra (Suíça), iniciou um programa voltado ao aumento da participação feminina nas cooperativas, com o objetivo de ampliar a capacidade decisória da mulher e estimular novas lideranças. Dos quase 8 milhões de cooperativados no Brasil, 25% são mulheres e 12% ocupam cargos de direção.

"As cooperativas tornar-se-ão mais fortes economicamente e mais influentes politicamente se mais mulheres forem ativamente envolvidas, segundo a Aliança Cooperativa Internacional, que tem como missão básica unir, representar, fortalecer e atender às cooperativas do mundo inteiro, e que há mais de 100 anos mantém a sua oposição a qualquer tipo de discriminação.

A Década da Mulher (1975) significou um marco de oportunidades para os debates de questões de gênero. Em 1996, na Costa Rica, organizou-se o I Encontro Continental de Mulheres Cooperativistas, que contou com a participação de 450 mulheres de 29 países. Os principais destaques temáticos se concentraram na análise do papel das mulheres no movimento cooperativo, a sua visibilidade e a sua contribuição. Trata-se de um grande exemplo de iniciativa das mulheres cooperativistas, onde estabeleceu-se uma plataforma de trabalho que está sendo seguida rigorosamente de acordo com o seguinte conteúdo:

"Nós, mulheres cooperativistas, comprometemo-nos a:

- manter uma atitude de permanente vigilância na sociedade civil como parte do movimento de mulheres para que se cumpram os acordos da plataforma e do plano de ação para as mulheres da América Latina e do Caribe, e que sejam elaboradas estratégias e ações concretas nos aspectos que atingem diretamente as cooperativas como organizações de caráter econômico de ajuda mútua e de responsabilidade social;
- fazer um pacto para a criação de condições que permitem o desenvolvimento de potencial e capacidade da mulher mediante a organização de círculos do gênero das cooperativas de base e a formação da rede de mulheres da América Latina e do Caribe;
- aplicar princípios e valores cooperativos em todas as práticas das organizações como estratégia que sustentará o desenvolvimento de novas relações democráticas, justas e eqüitativas, de maneira que se possa eliminar a subordinação.

Outros eventos foram promovidos pelas Nações Unidas, como a IV Conferência Mundial da Mulher em Pequim, onde se definiu a situação da mulher no mundo e a sua relação com as questões econômicas e sociais no processo de desenvolvimento dos países e no mundo.

Porém, persistem as questões relacionadas à desigualdade de gênero, inclusive em estruturas cooperativistas que, histórica e doutrinariamente vêm se opondo a qualquer forma de discriminação, como a falta de revisão dos papéis das mulheres e dos homens na própria base social, a falta de programas de implementação da equidade de gênero e a freqüente divisão profissional com base em diferenças biológicas entre homens e mulheres.

Qualquer que seja o posicionamento, entretanto, observa-se que o ponto comum entre aquelas questões é o consenso quanto à possibilidade da cooperativa efetivar ações afirmativas (a existência de favorecimento de algumas minorias juridicamente desigualadas) em prol da igualdade do gênero.
Para se passar da retórica à ação, é necessário um amplo programa educativo direcionado à participação plena e conjunta de homens e mulheres nas cooperativas. A educação representa, sem dúvida, a estratégia básica para a profissionalização e a participação conjunta de homens e mulheres no desenvolvimento das cooperativas e do próprio sistema cooperativista.

Assim, o cooperativismo procura agir de acordo com os seus princípios básicos e com a sua doutrina, sendo uma forma de organização econômica da sociedade que luta por justiça social, contra as desigualdades, a favor do pleno emprego, da segurança alimentar, da valorização dos recursos humanos e da defesa do meio ambiente.
Ora, então, a mulher é fundamental para a consecução dos objetivos sociais e econômicos do cooperativismo.

Os papéis das mulheres e dos homens na sociedade são indissociáveis de seus papéis no lar. A evolução da dimensão e da estrutura dos lares e das famílias tem, portanto, importantes conseqüências para as políticas sociais e econômicas."

(Nations Unies, Les Femmes dans le Monde, 1995)


Fonte: ACI

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